Muitas vezes dou comigo a pensar:
Que se lixe o meu banco; que se lixe a EDP; que se lixe o Serviço Municipalizado de Águas; que se lixem o Pingo Doce e o Continente; que se lixe a Lisboagás; que se lixem todos aqueles que me prestam um serviço a quem eu tenho de pagar!
Depois destes pensamentos lixados chego à conclusão que eles é que poderão estar a lixarem-se para mim, e que sem eles não irei conseguir sobreviver, pelo menos sem adoptar uma vida tipo naturalista hippie, em modo eremita e nómada.
Assim, continuo, como já faço desde o período pré-troika, mando lixar outros tantos.
Que se lixe o meu clube; que se lixe o cinema; que se lixe o café fora de casa; que se lixe a revista semanal; que se lixe a roupa de marca; que se lixem os jantares fora; e que se lixem tantas outras coisa do género.
Só não consegui mandar lixar o tabaco e a televisão por cabo, os meus pecados mortais.
Seja culpa minha, dos governos, de todos os partidos, da sociedade, da União Europeia, dos sindicatos, dos tribunais, dos bancos, dos empregadores, dos movimentos «Que se Lixe», ou de outros quaisquer, há algo constante no mundo dos lixados:
EU!
O lixado sou eu!
Que se lixe... foi apenas um desabafo lixado.
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