domingo, 30 de outubro de 2016

A SEMANA 43/2016

DOUTORES E ENGENHEIROS

Por estes dias, escrevi numa rede social: «A bajulação e o excesso de formalismo bacoco ainda existente em Portugal fomenta a desresponsabilização e acentua os "gaps" sociais».
O nosso estado (nos idos anos 90) padeceu da loucura das estatísticas e rakings da União Europeia. Entre muitas, a da educação e nível de formação académica, foi das que mais se destacou.
Não obstante, poderia ter sido um facto que não tivesse contagiado as pessoas. Mas contagiou, à semelhança da regra geral lusitana em assimilar rapidamente os maus exemplos.
E há coisas que vêm sempre à tona. José Sócrates e Miguel Relvas fizeram o "favor" de serem pioneiros na recente mediatização das falsas e/ou duvidosas licenciaturas.
E para não deixar esta arte esquecida, Rui Roque e Nuno Félix mantiveram esta nova tradição governativa em alta.
Em suma, são mais uns bajuladores oportunistas que necessitam do formalismo bacoco de um título académico para poderem vingar na decrépita rede de poder portuguesa.
Não me preocupa que este fenómeno possa existir noutras paragens; Preocupa-me a quantidade de casos que poderão existir na nossa sociedade (estado ou privados) que ainda não foram descobertos e andam para aí a decidir o meu presente e o meu futuro.



OS LOUCOS QUE GOVERNAM

Há uma tendência neste século XXI para alguns loucos chegarem ou tentarem chegar ao poder. Muitos dizem (e até certo ponto concordo) que é a falência da democracia tal como a conhecemos.
É preocupante e preocupa-me que a classe política (por todo o mundo) esteja a assistir passivamente a este fenómeno. Ainda mais preocupante é a crescente aceitação e "carinho" que alguns povos parecem ter por estes personagens. A história é cíclica, mas a memória, por vezes, é curta.
Reconheço que alguns daqueles que considero loucos, poderão ser os heróis para muitos outros; veja-se o caso de Nicolás Maduro. Mas isso faz parte da condição humana.
Esta semana ficámos a saber que um desses loucos, Rodrigo Duterte, recém-eleito presidente das Filipinas, tem uma linha de comunicação com Deus. Para um agnóstico como eu, é difícil aceitar estas "conversações" entre um ser terrestre e o Ser divino. Se juntarmos todas as atrocidades que Duterte tem cometido (e dito) desde que foi eleito - e ainda só passaram seis meses desde a sua eleição - podemos antever um novo epicentro de loucura pura, de demagogia, e de perigos para todo o mundo: As Filipinas.
É bom ficarmos em alerta!



JORGE "CÉREBRO" JESUS

O Sporting (SCP) cometeu, à 9ª jornada, a proeza de alcançar a condição de dependência de um dos adversários directos para ser campeão. Nada está perdido, é certo. Afinal, ainda faltam 25 jornadas e 75 pontos para disputar. Apenas cumpriram-se 26% das jornadas e o SCP "só" perdeu, até à data, 33% dos pontos em disputa. Alguns, no passado, foram campeões em piores condições à 9ª jornada.
O problema é o contexto. Vejamos: Jorge Jesus chegou a Alvalade há 15 meses; Chegou rotulado como "o melhor treinador português a actuar em Portugal"; Cumpriu uma época inteira e preparou na totalidade a segunda época; Tem tido condições e apoio directivo como nenhum outro treinador do SCP teve (que eu me recorde); Dispôs do maior orçamento do clube para o futebol profissional; Tem escolhido os "seus" jogadores de confiança (Bruno César e Markovic, são os expoentes máximos); Reiterou até à exaustão a sua responsabilidade pelos (aparentes) feitos da época passada e melhoria de performance da equipa e jogadores.
E agora? 
A confiança não impera, os resultados não aparecem, a desilusão cresce de dia para dia, os objectivos (práticos e exibicionais) distanciam-se a passos largos. As justificações recaem sempre sobre factores exógenos.
"(...) muitos dos reforços ainda estão numa 'espécie de pré-época'", diz Jorge Jesus. Mas quem é que programou a pré-época? Quem é que definiu o plantel? Quem é que escolhe "os melhores" para jogar cada jogo?
O sucesso e mérito no futebol - com raras excepções - faz-se de resultados positivos, objectivos cumpridos e títulos.
Jorge Jesus, no SCP, está longe de ser uma dessas excepções. Se para muitos tem sido uma surpresa, para mim tem sido o confirmar do que vi em seis anos no lado de lá da 2ª circular.