sexta-feira, 15 de maio de 2015

O BULLYING DO ACORDO ORTOGRÁFICO

O (Des)Acordo Ortográfico (AO)

Independentemente de concordar ou não com as razões do acordo ortográfico em vigor ou com as alterações produzidas, acho ridículo, e de certa forma irónico, a proliferação de contra-informação e informação errónea que circula nas redes sociais, blogs, Internet em geral, e alguma comunicação social, sobre o dito AO.

De facto, o facto continua facto, e a chalaça «de fato, o fato é um fato» apenas demonstra que, mais do que querer saber, uma boa parte das pessoas apenas quer estar contra, mostrar-se indignada, juntar-se às trends em voga na Internet, ou amealhar mais uns quantos “likes” ao seu pecúlio egocêntrico, com laivos de sofomania.

Também o cágado há-de continuar descansado, que não vai ficar cagado.

NOTA: Não sei se escrevi de acordo com o acordo acordado ou de acordo com acordo caducado que pode vir ainda a ser o acordo acordado.

O Bullying

Existe, sempre existiu, e dificilmente deixará de existir. É uma realidade triste e preocupante, mas uma realidade.

O recente caso da Figueira da Foz apenas fez emergir (novamente) o que muitos (aparentemente) desconheciam, o que me causa alguma estranheza. 
Este é um momento «memofante». Em 2011 (apenas há 4 anos) também veio a público o caso ocorrido no CC Colombo, e ao que parece, a maioria das pessoas já o tinha apagado do seu hipocampo.

Terá sido este episódio da Figueira da Foz um caso extremo? Não me parece.
Considero que é mais um, entre muitos, que se passam (infelizmente) diariamente por todo o mundo
O que se passou é que foi divulgado pela Internet e pelas redes sociais, tendo ganho ainda mais destaque quando a comunicação social “pegou” no tema.

É um dos lados positivos da exposição na Internet; a consciencialização generalizada de determinados factos.

Por outro lado, tenho lido alguns comentários, nas mesmas redes sociais e Internet em geral, de algumas mães e pais que arrolam princípios de boa educação, comportamentos cívicos, distribuindo culpas por todos os lados, assumindo o papel de imaculados no processo educativo dos seus filhos, mas cumulativamente bradejando promessas de que, se fosse com eles, resolveriam estas situações com comportamentos ainda mais selváticos do que os praticados pelos jovens energúmenos da Figueira da Foz. Irónico? Não, apenas a condição humana a falar.

Ter-se-ão esquecido estes pais e mães da sua juventude? Viveram em redomas opacas da realidade até agora? Ou será que vale tudo quando não se é apanhado ou filmado?

Uma dica a todos estes arautos dos bons costumes: transformem-se em moscas e acompanhem 24 horas, durante uma semana, os vossos rebentos. Talvez sejam surpreendidos, tal como foram os pais de uma das agressoras do caso citado.

A expressão «nunca digas que desta água não beberei» é sempre uma boa conselheira.