segunda-feira, 14 de novembro de 2011

À MULHER DE CÉSAR NÃO BASTA SER... A PAULO BENTO TAMBÉM NÃO

O selecionador nacional de futebol Paulo Bento diz que, para ele, não há jogos de vida ou morte. Sorte a dele, que não foi partilhada com o jogador colombiano Andrés Escobar depois de marcar um golo na própria baliza no Mundial de Futebol de 1994, nos Estados Unidos da América.

Paulo Bento diz também que caso Portugal não fique apurado para a fase final do Europeu de Futebol de 2012 (Euro 2012) o mundo não acaba; ele continuará casado e com duas filhas, e os jogadores continuarão a ser jogadores de futebol nos seus clubes.

Esta dissertação quase filosófica de Paulo Bento resume-se à evidência dos factos. Ele, caso Portugal não seja apurado, continuará a sua vida, ou na seleção, ou com uma choruda indemnização por despedimento. Os jogadores, caso Portugal não seja apurado, continuarão a ganhar os milhões nos seus clubes e, muito provavelmente para a maioria, a representar Portugal em futuros jogos.

É verdade que futebol é apenas um jogo. É verdade que a fase final do Euro 2012 é apenas mais uma competição entre muitas. É verdade que a vida, seja de quem for, não se resume (ou não deveria) à profissão que se exerce.
Mas o que Paulo Bento parece esquecer-se é que o cargo que exerce de momento é pago pelos contribuintes portugueses; Que os jogadores que escolheu e orienta são representantes de uma nação, neste caso, através da seleção de futebol. São os dignos representantes do país numa modalidade desportiva, que gera e movimenta milhões de euros, pela qual o país se endividou (mais um pouco) para organizar uma idêntica fase final que agora Paulo Bento deveria almejar como todo o seu empenho.

Acredito que o profissional Paulo Bento, durante os treinos, deverá dar o seu melhor na orientação aos jogadores para alcançar a vitória.
A avaliar pelo discurso recente de Paulo Bento, custa-me acreditar que os motive da melhor forma e de acordo com aquilo que uma seleção nacional (seja ela qual for) merece.

Consciente que não foram estas as razões que levaram Ricardo Carvalho e José Bosingwa a afastarem-se da seleção nacional, também creio que este tipo de discurso de Paulo Bento em nada motiva, seja um jogador, seja um simples adepto de futebol, seja um português orgulhoso do seu país.
Ser selecionador nacional não é apenas um cargo de treinador de futebol.
É também um representante de todos nós e, como tal, deve publicamente mostrar um pouco mais de ambição nas suas palavras.

 

Boa sorte para o jogo de amanhã e que Portugal chegue à vitória!

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