quarta-feira, 4 de julho de 2012

A BEM DA «RES PUBLICA»


Ser ministro da res publica, (coisa pública) não implica a perda da privacidade individual de cada um.

Mas ser ministro da res publica implica seriedade, coerência, responsabilidade e responsabilização, quer pelos atos de governação, quer por eventuais atos individuais que possam colocar a credibilidade do cargo que se desempenha.

No caso da licenciatura de Miguel Relvas não se pretende uma crucificação pública, mas sim o apuramento da verdade e o assumir dos custos políticos que daí advenham.

É também necessária uma mudança de mentalidade por terras lusas e perceber que qualquer governante, parlamentar ou titular de cargo público decisório deve tornar público ou facultar, de forma transparente e sem pejo, todas as informações que sejam de interesse público sobre a sua vida

Mais uma vez, no caso Miguel Relvas, uma licenciatura "tirada" num ano, é um facto muito pouco ou nada vulgar (ou deveria ser). Como tal, e tratando-se do título académico e currículo de um ministro, deve ser visto como de interesse público.

Para os mais esquecidos, observe-se o exemplo do ex-ministro Nuno Morais Sarmento, que de forma transparente e sem pejo revelou o seu passado de dependência e consumo de drogas duras. E isso não se afigurava de tanto interesse público como a formação académica agora posta em causa.

Já começa a ser banal os nossos governantes adulterarem ou esconderem "esqueletos no armário" sobre as suas formações académicas.

Noutras paragens (civilizadas) dá direito à morte política sem passar por lugares executivos em empresas públicas ou com ligações ao estado. Por cá, continua a reinar o regabofe da impunidade política e, em alguns casos, judicial.

Em Portugal urge um Baltasar Garzón, um Paolo Borsellino ou um Giovanni Falcone... a bem da res publica.

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