sexta-feira, 26 de agosto de 2011

GOSTO DE FUTEBOL MAS NÃO PERCEBO MUITO DE FUTEBOL.





Gosto de futebol. Sempre gostei de futebol.
O primeiro bom futebol que me lembro foi o do Sporting (talvez por ser o meu clube) com o Oliveira, Manuel Fernandes e Jordão. Tinha 9 ou 10 anos.
Mas rapidamente vi que futebol a sério era muito mais que isso. Aprendi a distinguir o GRANDE futebol do bom futebol, com a selecção do Brasil do mundial de 1982 - Sócrates, Zico, Cerezo, Éder, Falcão, Júnior, Luisinho, entre outros.
Depois fiquei mais selectivo.
Vi grande futebol no Barcelona de Romário, Stoichkov. Laudrup, Guardiola, Koeman e companhia; 
no Milão de Van Basten, Gullit, Rijkaard, Baresi, Donadoni e companhia; 
no Manchester United de Cole, Keane, Cantona, Schmeichel e companhia; 
no actual Barcelona de Xavi, Messi, Puyol, Villa e companhia;
e, claro, vi GRANDE futebol nos pés de Maradona.


E vou vendo bom futebol, em muitas equipas, de vez em quando. Até (e perdoem-me os sportinguistas mais fanáticos) no Benfica desta quarta-feira.

Quanto a perceber de futebol é outra coisa. Sou um adepto com pretensões a treinador de bancada, cujas opiniões ora diferem da maioria e da imprensa especializada, ora alinham com a maioria e com a imprensa especializada. Mas não deixa de ser a minha opinião: a opinião de quem gosta de futebol.

É por isso que não consigo entender algumas coisas no meu Sporting.
Se o ano passado foi um dos piores da história centenária do clube, quer pelos resultados, quer pelas exibições, porque é que este ano, com 14 reforços, nova direcção, nova equipa médica, novo departamento de futebol, nova equipa técnica se entra para um jogo decisivo para a continuação na Liga Europa com 8 (oito) jogadores titulares dos desaires do ano passado, 1 (um) jogador recuperado (felizmente não participou muito na miséria de 2010/2011) e apenas 2 (dois) reforços?

Com excepção de João Pereira (o menos mau em atitude e qualidade do ano passado) e Rui Patrício (nem aquece, nem arrefece) todos os outros mantêm a apatia, a falta de criatividade, a falta de esforço, a oscilação entre o mediano e o medíocre que caracterizou o Sporting do ano passado. Além da continuidade da esperança em Djaló que já se prolonga há cinco anos... mas apenas esperança.

Hoje vi um reforço muito acima da média e que levou (literalmente) o Sporing às costas - Capel;
vi um recuperado a querer ser o patrão da equipa e apenas o excesso de individualismo (fruto da falta de opções) o prejudicou - Izmailov;
vi um Schars que raramente falha um passe, mas não tem a quem passar (excepto Capel);
vi um Bojinov a impor respeito aos centrais, fixando-os cada vez mais atrás e a assitir para o primeiro golo;
vi um Rinauldo a pôr ordem no meio-campo defensivo que tremia cada vez mais com o decorrer do tempo;

Não sei se estes e outros reforços serão o futuro do Sporting ou se terão sucesso. Sei que a atitude deles é diferente. Pensam mais futebol. Erram menos. São mais regulares. Mostram mais qualidade e criatividade. Ajudam a equipa a render mais. Não poderão jogar todos, mas se forem a maioria talvez os do passado alterem a postura para melhor.

Mas não percebo muito de futebol. Domingos pode até ser um bom treinador. Eu até aprecio. Mas não é Mourinho, Fergunson, Trapattoni ou Wenger para conseguir o milagre de pegar numa equipa viciada, desmoralizada, com tiques derrotistas e transformar de um dia para o outro em jogadores positivos, organizados e criativos. E o tempo urge. Por isso defendo que a integração dos reforços, o mais rapidamente possível, é urgente. Daqui a 3/4 semanas pode já ser tarde. Neste momento são 4 pontos.

Mas tudo isto é apenas a minha opinião, que não percebo muito de futebol, mas GOSTO MUITO de futebol.

1 comentário:

  1. Depois deste texto, o cenário repetiu-se em jogo com o Marítimo para a Liga, com a derrota por 2-3.

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