terça-feira, 26 de abril de 2011

O SISTEMA ELEITORAL - A COMUNICAÇÃO SOCIAL

Pelo nosso sistema eleitoral os cidadãos apenas elegem os deputados que se encontrem nas listas partidárias dos distritos onde cada um de nós vota.

Os círculos eleitorais são correspondentes aos distritos. Quando votamos num determinado partido, nas eleições legislativas, estamos apenas a escolher e a eleger deputados.

Escolhemos uma série de candidatos de um partido, contribuindo para o maior número de deputados desse partido e nesse círculo eleitoral.

Esta é a única escolha LEGAL e FORMAL que fazemos.

Por exemplo, se eu for eleitor no distrito de Leiria, a minha escolha deve ser feita perante os 10 nomes de cada partido. Como eleitor de Leiria (que não sou), não posso escolher entre Ferro Rodrigues, Fernando Nobre, Jerónimo de Sousa,  Teresa Caeiro, Francisco Louçã ou os demais candidatos das restantes forças partidárias.

Mas a escolha REAL que fazemos é de contribuir para o número total de deputados de um determinado partido (mas apenas com os do nosso círculo eleitoral/distrito), de forma a que esse partido obtenha o maior número de deputados eleitos, pois dessa forma, a figura que o partido em causa tiver apresentado ao eleitorado como sendo a escolha para primeiro-ministro, será convidado a formar governo, por parte do Exmo.Sr. Presidente da República (esse sim, eleito directamente).

Este "convite" mais não é que uma nomeação do presidente da república, após audição de todos os partidos que tenham eleito deputados, de um primeiro-ministro .
Nestes casos as escolhas ou são de índole partidária ou de acordo com a figura que os partidos apresentaram como "candidatos" a primeiro-ministro. Curioso é que esta figura nem tem necessidade de ser candidato a deputado. Isto é, o partido "PZX" poderia dizer ao eleitorado que o sr. Zacarias Fróis era a escolha para primeiro-ministro, caso o partido ganhe as eleições, e este (Zacarias Fróis) nem ser candidato a deputado.

Face a estas realidades, formal e real, não consigo entender o destaque que a comunicação social dá ao pseudo-combate entre Ferro Rodrigues e Fernando Nobre. Que eles combatam em nome do maior número de votos possível, proferindo um rol de disparates (na grande maioria das vezes), eu entendo; que haja troca de acusações entre todos os partidos pelas escolhas feitas para Lisboa, eu entendo; que ambos discursem como se fossem defender exclusivamente os interesses de Lisboa no parlamento, eu entendo; mas que a comunicação social alimente esta farsa, não consigo entender.

Escolher entre Ferro Rodrigues ou Fernando Nobre em Lisboa é o mesmo que escolher entre o Rui Paulo Figueiredo ou António Rodrigues, pois apenas um cenário MUITO improvável impediria a eleição de oito deputados pelo PS e PSD no círculo eleitoral de Lisboa.

E a comunicação social sabe disso! Insistem em desinformar, numa altura em que precisamos é de informação esclarecedora, precisa e que nos ajude a entender as linhas gerais que os vários líderes partidários defendem para a governação desta ocidental praia lusitana.

Já agora, poderiam os partidos políticos pensar seriamente e apresentar ao eleitorado um proposta de reformulação do nosso sistema eleitoral, pois o actual está desajustado com a realidade.

Por fim, apenas informar que
Rui Paulo Figueiredo e António Rodrigues são candidatos a deputados, em oitavo lugar das listas do PS e PSD, no distrito de Lisboa, e ambos, muito provavelmente, em breve, deputados desta nação.

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