sexta-feira, 19 de novembro de 2010

P(U)RTUGUÊS - A LÍNGUA OFICIAL DO NOSSO SISTEMA EDUCATIVO

As sucessivas reformas educativas desde os finais da década de 80 foram, essencialmente, viradas para as estatísticas, para os índices de sucesso e para que Portugal fosse um país de doutores e engenheiros.

Este sistema de ensino foi premiando da mesma forma o aluno aplicado e que demonstrava conhecimentos adquiridos, como o aluno faltoso, desinteressado e sem um mínimo aceitável de conhecimentos sobre matéria alguma.

Inflacionaram-se, valorizaram-se, deram-se pontos extras em exames nacionais, em nome da entrada na faculdade, para que o país ficasse bem na foto europeia.

Aligeiraram-se os programas das disciplinas para não cansar e não dificultar a vida aos alunos, em nome de uma (suposta) actualização e modernização curricular.


Desautorizaram-se professores e o próprio sistema, criando o mito do stress escolar nas crianças, que afinal já não o eram (crianças) nas suas actividades extra-escolares cada vez mais precoces.


E assim aconteceu; um país cheio de licenciados. De licenciados sem imaginar o que é o quadrado de um número, que Teófilo Braga foi um presidente da 1ª República e não um seleccionador nacional de futebol, que H2O é um símbolo químico e não apenas o refrão de uma música, etc, etc, etc.

Mas o pior é a forma como tratam a língua portuguesa - oral e escrita. Os tempos dos chats e mensagens de sms em nada ajudaram, mas não podem ser culpabilizados. Os únicos culpados são aqueles que permitiram a alunos de nível universitário, chegarem onde chegaram sem saberem tratar com o mínimo de dignidade a língua materna que, como todas as coisas maternas, deve ser tratada com respeito.

Como a situação já é lamentável o suficiente, resolvi dar um pouco de graça à coisa (embora haja alguns que não vão perceber a piada) e publicar algumas pérolas linguísticas que tenho visto no universo da rede social facebook.  E assim o farei com alguma regularidade.

Com raras excepções, todas são provenientes, ou de alunos universitários, ou de pessoas com graus académicos, ou de profissionais que têm responsabilidades no dia-a-dia de todos nós. Não são de crianças em idade escolar do primeiro ciclo (creio que seja o termo para a antiga designação de escola primária), nem de pessoas que não tiveram a possibilidade de prosseguir os seus estudos e obter a escolaridade mínima obrigatória, por muito que possam parecer.
Também não são gralhas de digitalização, a não ser que usem um sistema de teclado bem diferente do "qwerty".

Agora é ler e chorar (de riso ou tristeza - dá para as duas).

"(...) chega-te ao mundo, se fazes favor, que o mundo gosta de tu."

"Este poema é lindo, e deixa que te diga se tivesse irmãos gostava muito de ter a cumplicidade que voçês as 2 têm Parabéns.....!!!"  

"Eu a pensar que seria uma infermeira jeitosa"

"Boa tarde, gostaria que me informacem ácerca do alugeuer do vosso espaço (...) preços que custumam cobrar"


"E vou eu pra umas mini ferias até há república"


"(...) POR TODOS OS SEUS UTILIZADORES QUE TENHAM A APLICAÇÃO "FARMVILLE" BLOQUIADA."

"Os Ingleses inventam o casamento do Princepe
"

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