COMÉRCIO 24 HORAS
Há um proposta de Lei que visa liberalizar os horários do comércio, podendo vir a permitir a sua abertura durante 24 horas, com algumas condicionantes, por exemplo, os pareceres das autarquias.
Quem me conhece (bem) ou partilhou comigo algumas conversas sobre o tema comércio, sabe que há muito que defendo uma medida semelhante a esta.
Não encaro esta medida exclusivamente no âmbito do alargamento do período de vendas e a eventual subida de receitas. Não é uma obrigatoriedade que assim seja.
O bom de uma medida destas é a possibilidade de adaptar os horários do comércio, principalmente, o chamado comércio tradicional ou comércio local, à realidade dos seus potenciais clientes.
Quem não está no desemprego ou trabalha por turnos, regra geral, tem horários que em pouco se adaptam aos praticados actualmente pelos comerciantes fora das grandes superfícies ou centros comerciais. Aliás, no meu ponto de vista, são os comerciantes é que não se adaptam aos horários dos clientes; uns por vontade própria, outros por falta de visão estratégica, outros por imposições regulamentares municipais ou nacionais.
A possibilidade de um comerciante poder adaptar o seu horário de funcionamento ao horário não laboral da sua clientela, pode ser um luxo na gestão do seu negócio. Veja-se o caso de estabelecimentos de restauração (cafés e pastelarias) perto de zonas de transportes públicos, que preferem abrir às 6h da manhã e encerrar mais cedo, pois sabem que a maioria dos seus clientes e o grosso da receita provém dos utentes de transportes públicos.
O que poderá vir a acontecer, é o mesmo para todas as outras áreas de actividade do comércio, em que cada um poderá adaptar o seu horário da forma que mais lhe convir.
O que eu lamento são as primeiras reacções de alguns comerciantes que ouvi na comunicação social.
Num espírito tão típico português, do fado malvado, do fatalismo, do está tudo mal mas não mexam em nada que assim está bem, da crítica fácil ao invés da crítica construtiva, entre outros lamentos dignos do velho do restelo, as lamúrias são tão belas como: "assim tenho de contratar mais pessoas para trabalhar e aumentar a despesa"; "Esta cidade está morta depois das 19h e não justifica abrir" (não sei qual a cidade, mas desconfio porque esteja morta).
Num espírito tão típico português, do fado malvado, do fatalismo, do está tudo mal mas não mexam em nada que assim está bem, da crítica fácil ao invés da crítica construtiva, entre outros lamentos dignos do velho do restelo, as lamúrias são tão belas como: "assim tenho de contratar mais pessoas para trabalhar e aumentar a despesa"; "Esta cidade está morta depois das 19h e não justifica abrir" (não sei qual a cidade, mas desconfio porque esteja morta).
É certo que mais lamúrias estão a caminho, quanto mais não seja dos PPC (Profissionais do Protesto e Contestação) seja na versão sindicato, manifesto, movimento, rede social ou partido político.
Mas sim assim não fosse, não estaríamos em Portugal.