Por esse país fora, pelas redes sociais, clamado por políticos, escrevinhado por funcionários de órgãos de comunicação social (porque jornalistas são cada vez mais raros), defendido por empresários, exigido por representantes (dependendo do entendimento de cada um para "representante") de vários sectores económicos, opinado por "opinadores" profissionais e implorado por outros tantos, anda um "movimento" contra a emissão de facturas.
Aparte o nonsense dos fiscais à porta dos restaurantes, sou favorável à obrigatoriedade da emissão de facturas em TODAS as prestações de serviços e vendas de bens e produtos, por vários motivos ( A factura e o ridículo ).
Mas aceito, de forma democrática e plural, que haja quem não concorde.
No entanto gostaria de saber se os que não concordam, quando o Sr. Joaquim do café ou a D. Rosa da padaria perguntam se desejam factura, e lhes respondem que não, se também perguntam se o valor do IVA é retirado ao preço final?
Afinal, quando não me é dado um comprovativo fiscalmente válido da minha compra de serviços ou bens, nada me garante que o valor pago correspondente ao IVA terá como destino o estado. Porque quem cobra impostos é o estado e não os comerciantes, empresas ou empresários.
E se, por exemplo, ao tomar o pequeno-almoço por 3 euros, o comerciante entender que não deve emitir factura ou declará-los ao fisco, porque há-de ser ele a lucrar os 56 cêntimos correspondentes ao IVA e não eu a poupá-los?